Muito além do corpo: Limites e superação
O renomado neurocirurgião austríaco Ludwig Guttman era diretor do hospital de Breslau em Hamburgo quando em 1938 se viu obrigado a buscar uma forma de sair da Alemanha. Guttman era judeu e foi proibido de continuar trabalhando como médico. Através de um amigo influente, ele conseguiu uma bolsa de doutorado em Oxford e na Inglaterra foi convidado a assumir, alguns anos depois, o primeiro centro nacional especializado em lesões medulares.
Em 1945, Guttmann iniciou um trabalho de reabilitação através do esporte, principalmente com os veteranos da Segunda Guerra Mundial. Ele acreditava que através do esporte era possível não apenas trazer benefícios ao corpo, mas também à autoestima dos deficientes físicos.
Foi em 1948 quando ele decidiu organizar uma competição esportiva entre os cadeirantes. Assim surge o início dos Jogos Paralímpicos. Os jogos, atualmente, tem conquistado um espaço maior na mídia, mas o número de medalhas não é o mais valioso dessa competição. Talvez Guttmann não poderia imaginar que mais de 4000 atletas fariam parte da competição e o quanto os avanços na área da saúde contribuiriam inclusive, para modalidades esportivas anteriormente impensáveis, como as maratonas.
Muita coisa mudou desde o início das Paralimpíadas, mas algo muito especial permanece em cada atleta que traz consigo por trás das marcas do corpo, histórias incríveis de superação. Nós assistimos o pódio, mas a decisão de não permitir que a deficiência física limitasse o próprio sentido existencial… esse processo tão profundo de coragem, humildade e persistência só é realmente conhecido por quem passou por ele na pele.
As Paralímpiadas nos inspiram a pensar que superar as próprias limitações, implica em aceitá-las e decidir ir além delas pouco a pouco, buscar formas de compensá-las, não deixar a meta que pode parecer por vezes tão difícil ou impossível. E então, quer mais um pouquinho de motivação? Confira um dos videos do projeto #VamosSuperar